Há aproximadamente 2 anos, eu achava que ser fã era uma coisa obsessivamente fútil. E imaginava: "Por que as pessoas se entregam tanto à algo que não faz diferença para a vida dela? Ou que não acrescente nada? Nunca vou ser fã." Era isso que eu achava.
Nos dois anos eu observava o comportamento dos fãs nas redes sociais, como o twitter. E eu rolava de rir com a briga de fan dom. E então há uns 10 meses eu comecei a ler livros. Mas nada demais, eu lia livros de 200 páginas em uma semana, o que considero ser uma lerdeza hoje em dia. Mas eram sempre literaturas brasileiras, como "Ela disse, ele disse" "Fala sério, amor/mãe/professor(...)" e estes livros assim. Então alguns meses se arrastaram e eu gostei de ler. As histórias nunca passavam de "apenas histórias legais" pra mim. E eu continuava ao argumento de que ser fã era algo fútil. E então uma amiga veio falar de algum livro futurista, chamado "Divergente". Quer dizer, eu me fascinei com o resumo que ela me deu da história. Quando ela disse que tinha 500 páginas eu fiquei pensando: "Caramba, vou demorar um ano pra ler isso". Há 5 meses, fui numa livraria e comprei Divergente, meu primeiro livro que eu mesma comprei, por que até então eu só pegava livros emprestados de amigas. Eu li umas 50 páginas no 1º dia em que comprei. Passando da página 60, não larguei o livro. Li ele super rápido, atenta e alerta com tudo. A história me fascinou completamente e quando terminei (em 2 dias) eu fui correndo pedindo pro meu pai comprar "Insurgente", por que eu precisava urgentemente saber o resto. Então assim foi feito, meu pai comprou "Insurgente" e então eu li em menos de 2 dias. "Allegiant não foi lançado ainda", foi o que li em um site. Então enquanto eu esperava atentamente o lançamento de Allegiant (Convergente), a trilogia começou a fazer parte dos meus devaneios, e eu não entendia o por que de tudo isso. Por que eu não parava de refletir sobre algo que não aconteceu, não me pertenceu ou que não me faz parte.
Então eu reparei.
Virei fã.
Não tinha nem terminado a trilogia e virei fã. Como eu reagi a isso? Um desespero. Só pensei: Oh. Não tive reação. E diferente do que eu imaginava há dois anos atrás, não foi algo do tipo: Agora sou uma idiota que amo algo que não me faz parte. Na verdade pensei: Agora há algo neste mundo mais interessante do que minhas críticas fúteis e argumentos desnecessários.
Ao passar do tempo que eu aprendi um pouco mais sobre "estar virando fã", eu morria de medo de ser considerada pôser, por que isso, pra mim era duvidar do quanto gostava, ou amava, aquela trilogia. Mas eu já sabia de tudo por conta própria, por interesse, e não por ser aniquilada.
Ser fã não é só gostar profundamente de algo. Ser fã é você admirar algo ao ponto de amar. É algo que só você e seu fan dom vai entender o que é o amor de fã.
Enfim, fã não é alguém com problemas mentais, é alguém que sabe amar.



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